Bela viola
(Beto Caratori)
Uma andorinha sozinha não faz verão, meu irmão
Disse um dia, um velho amigo chinês
Só porque eu queixava da vida sofrida sem pássaro na mão
Por causa daquela mulher que me fez de freguês
Um doce na rua, e em casa, azeda, um tormento
Fingia ser tão caridosa, e eu sabia o recheio
Por fora, uma bela viola, por dentro, um tremendo de um pão bolorento
Intenções dessa nobre senhora o inferno está cheio
Às vezes, Deus escreve certo por estranha linha
Foi de grão em grão que a daninha foi enchendo o papo
E sem me ligar nesse mal, sem cautela nem caldo de galinha
Engoli, a corda arrebentou, foi meu lado mais fraco (que sapo)
Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura
Araruta, ela teve o dia de mingau
Da panela, a colher é quem sabe toda a gravidade da quentura
Nosso amor acabou-se, foi tudo águas de bacalhau
Conheci com aquela mulher o que é traição
Mas não quis me vingar, feito um prato que se come frio
Indiquei-lhe a porta da rua sem pressa, mantendo a perfeição
Serventia da casa, enfim acabou meu martírio
Antes que todo o mal cresça, corta-se logo a cabeça
Na certeza que a última morte é da tal esperança
Aprendi que a cada cabeça há uma sentença, prevaleça
O ditado: após a tempestade, vem sempre a bonança.
Uma andorinha sozinha não faz verão, meu irmão
Disse um dia, um velho amigo chinês
Só porque eu queixava da vida sofrida sem pássaro na mão
Por causa daquela mulher que me fez de freguês
Um doce na rua, e em casa, azeda, um tormento
Fingia ser tão caridosa, e eu sabia o recheio
Por fora, uma bela viola, por dentro, um tremendo de um pão bolorento
Intenções dessa nobre senhora o inferno está cheio
Às vezes, Deus escreve certo por estranha linha
Foi de grão em grão que a daninha foi enchendo o papo
E sem me ligar nesse mal, sem cautela nem caldo de galinha
Engoli, a corda arrebentou, foi meu lado mais fraco (que sapo)
Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura
Araruta, ela teve o dia de mingau
Da panela, a colher é quem sabe toda a gravidade da quentura
Nosso amor acabou-se, foi tudo águas de bacalhau
Conheci com aquela mulher o que é traição
Mas não quis me vingar, feito um prato que se come frio
Indiquei-lhe a porta da rua sem pressa, mantendo a perfeição
Serventia da casa, enfim acabou meu martírio
Antes que todo o mal cresça, corta-se logo a cabeça
Na certeza que a última morte é da tal esperança
Aprendi que a cada cabeça há uma sentença, prevaleça
O ditado: após a tempestade, vem sempre a bonança.
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