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Mostrando postagens de junho, 2011

Milla e Milu

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U ma tênue luminosidade vai entrando pelas frestas que dão acesso ao quarto. Quero dormir um pouco mais, mas sei que será impossível. Desde criança levanto cedo, mas, de uns anos para cá, se quisesse alterar esse hábito, seria impossível por dois motivos. O primeiro deles se chama Milla. Sei que está a me observar da sua cama, instalada na quina da parede em frente. Tento enganá-la, me fingindo de adormecido. Ela desconfia. Sai de onde está para se aproximar da minha cabeceira, atenta a qualquer movimento meu. Em menos de um minuto, já está sobre a cama e, quase por cima de mim, gruda seu focinho no meu rosto. Prevendo que levarei uma lambida na boca, sou obrigado a desviar. Ela se anima e eu me rendo. E a beijo e a abraço. Em seguida, ela se ajeita ao meu lado e vira a barriguinha pra cima pedindo meus carinhos. Corro os dedos de cima para baixo. Ela fecha os olhos, ajeita seu corpo peludo bem grudado ao meu, pousa sua cabeça no meu braço para tirar um último soninho. A ideia de

Quem é Ary?

Eu quietinho aqui no computador, mas um som lá fora, uma festa onde o povo está cantando de tudo e muito: funk, sambas-enredo, pagodão... E de repente, a galera começa um "esse coqueiro que dá coco..." Eu me lembrei de um episódio que vivi em 2005, acho. Envolvido que estava na leitura do livro do jornalista Sergio Cabral sobre a biografia de Ary Barroso. Fui até a Rua André Cavalcanti no Centro para conhecer o endereço onde o compositor de "Aquarela do Brasil" chegou a viver por um tempo. A casa virara um hotel barato. Entrei e encontrei logo um senhor português, que era o proprietário. Contei-lhe sobre a relação daquela casa com o artista. Ele mostrou total desconhecimento. Virou-se para a mocinha da recepção, já adiantando que ela é quem sabia das coisas, e lhe perguntou: "Tu sabes afinal quem é esse Ary Barroso?" E ela, prontamente, respondeu um pouco indecisa: "É o cantor daquele grupo de pagode, que eu esqueci o nome. Não é moço?