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Mostrando postagens de agosto, 2008

Mar de papel

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(Beto Caratori - Patrick Angello) Palavras, palavras que eu escrevia Palavras desfiz, passionais As frases confusas, tão pobres palavras Desenhos em giz irreais Risquei cada folha do bloco de almaço Lembrando o mormaço dos olhos e o fel Do imenso vazio sem aquele abraço Depois do cansaço, nublou-se o meu céu Palavras, palavras que eu escrevia Palavras desfiz, passionais As frases confusas, tão pobres palavras Desenhos em giz e um mar de papel Se fez de bilhetes, gritantes palavras Caíram amassadas, eu a naufragar Buscando nas linhas, frases salva-vidas Insanos pedidos pra você voltar.

Violão na madrugada

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(Patrick Angello – Beto Caratori) Outra madrugada e eu a vagar Como errante, dedilho o violão Como é que eu fui ferir Alguém a quem jurei minha afeição Tão suplicante, carente, sofredor Que te pede agora, pelo menos, Uma consideração, por favor, Um pouquinho de carinho e o teu perdão Não posso compreender, tento explicar Sei que isso não tem explicação Insensatez sim É incontrolável a minha obsessão Oh, não desfaças assim de um sofredor Só te peço agora, tão somente, Uma consideração, por favor, Escute o que lhe canto atentamente Sei que a muito ando errado O que te fiz, errei, perdi a razão Meu jeito de amar, há um detalhe tão delicado Pois luto contra a inquietação Dizem que um apaixonado Nutre ciúmes, brigas são normais Mas chegar assim aonde eu cheguei, foi demais Minha flor, sei que és livre Juro, não faço mais Não, não conte a ninguém o que se deu Descaminhos de um pobre coração Como é que eu fui ferir Alguém a quem jurei minha afeição Oh, não desfaças assim de um sofredor

Não vai passar

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(Beto Caratori e Patrick Angello) Era uma clara manhã Um realejo, a canção Uma valsa de amor Um cigano cantor Alguém que passou Profetizava que a vida Corre tão depressa É um trem que não pára E eu a esperar Por uma eternidade A minha ansiedade adolescente Tão premente a paixão Mas a felicidade quis ali deixar E sumistes na estação Pra nunca mais voltar Ao lembrar o realejo Naquela pracinha Lá do interior Onde a valsa de amor Nos embalou Senti de novo o desejo E aquele teu beijo A menta que queimava ao gelar Os dois enamorados Tão donos do mundo Plenos de esperança E inquietação Mas tu, tão de repente Deixou-te levar Por uma tola ilusão Por Deus, eu não queria Que essa nossa estória Terminasse assim Se ao menos tu soubesses O quanto dói a dor em mim Os dias vêm, as noites vão, A chuva cai Vai passar, vai passar Tudo agora vai passar Passam os realejos Passam os cantores marginais Nossa juventude O tempo de desejo Já ficou pra trás Muros, mundos vão cair Mais profetas vão chegar Ou

Menina chique

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(Beto Caratori – Patrick Angello) Essa menina bota fogo na favela Não dá mole, não dá trela Nada ali lhe satisfaz Desce do morro tão cheirosa Vestidinho, bustiê apertadinho Igual modelo de cartaz Durante o dia é atendente de butique Mas a noite banca a chique Diz que mora no Flamengo Vai ao cinema, à boate, ao baile funk Mas a vida fica punk quando volta a Realengo Essa menina dança samba e hip-hop Sandalinha, saia, top Gasta todo seu vintém Fim de semana, praia de Copacabana Com vizinha suburbana Ela é completamente nem Na minha idade quis bancar o magnata E lhe dei brincos de prata Jóias caras, muito mais Mas na verdade, Ela é feliz com o anel de lata Bijuteria barata Que lhe deu outro rapaz Essa neguinha não quer se casar comigo Não faz fé no que eu digo Minha vida não lhe apraz Ela me disse, dia-a-dia é tormento Escravidão é casamento E essa vida é tão fugaz Dona Teresa em coro com a vi

A palavra-chave

( Beto Caratori) Não lembre esta mulher fingida Beleza, riso enganador Que fez o que fez da minha vida Natureza de ser traidor Feriu, zombou dos meus carinhos Como toda flor do malmequer Deixando-me só seus espinhos Vestígios de afeto sequer Quedei-me tão enamorado Que me custa tudo lembrar Prefiro esquecer o passado Não quero mais dela falar Mas se quer mesmo, enfim, saber Ela um dia foi me procurar Sorrindo, disse palavras Tão lindas, pra me agradar Detalhes de tolos amores A rosa, por fim, me contou Inúmeros seus dissabores Saudosa, ela de mim chorou Pediu que lhe desse abraços Por dentro, eu ardia um inferno Sequer estendi-lhe meus braços Jurou seu amor eterno Mil coisas lindas ela disse Verdades tão fora de hora E antes que eu sucumbisse Pedi-lhe que fosse embora Diante daquele entrave Partiu, para não mais voltar Perdão era a palavra-chave Que não ousou pronunciar.

Voz do coração

(Beto Caratori - Kadu Mauad) Não precisa chorar, Mas aceita essa sugestão De alguém que conselhos pediu Sem ligar pra voz do coração Coração é espelho da alma E reflete a dor que ninguém viu Sentimentos, langores ou trauma De um amor que um dia existiu Tente ouvir a canção de capela Sufocando em seu lado direito Ao lembrar da tal flor de lapela Que enfeitara o seu próprio peito Se uma pétala houver dessa flor Que ainda acenda a paixão Esqueça a marca invisível da dor Dê ouvidos ao seu coração Mas se tal sentimento ferino Resistir, só ficar cicatriz Não deixe turvar o destino Não permita criar-se raiz Só faz mal, causa erisipela Faz da vida tolo dramalhão Faz a reza perder-se da vela Da conta última de oração Mas se quer, se precisa chorar Chore tudo, esqueça a razão E depois que seu pranto amainar Lembre, aceita essa sugestão De um amigo que agora lhe diz Conselheiro, também sofredor, Se você quer mesmo ser feliz Esqueça tudo e arranje outro amor.

Vó Anita

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(Beto Caratori) Oh, vizinha Sossega esse facho Porque eu agora Não posso brincar Irmãzinha Tá levando o tacho Porque nossa avó Vai querer cozinhar Vó Anita, faz bolo pra gente! Vó Anita, o que vai preparar? Olha o forno, Parece estar quente Esse cheiro é um bolo Parece fubá Nossa avó é grande quituteira Não tem batedeira Faz tudo na mão Nossa tia tentou aprender Mas vovó manda ver Vai na intuição A mamãe já notou que a gente Na casa da vó Bem que vai engordando O papai nunca pode saber Que a vovó ainda teima Ainda está cozinhando Açúcar, manteiga, farinha, Fermento, Baunilha, Ovos e cacau Laranja, é leite de coco, Ameixa, damasco, Canjica, curau Mingau, tanta coisa, meu Deus, A mistura é magia É um show de merenda Pudim, brigadeiro, quindim, Cem olhinhos de sogra Aumentou a encomenda É casamento Prá chá de senhora Até sepultamento Lá em Juiz de Fora Pra adoçar boca De homem casado Menina solteira Prender namorado Vó Anita vai cozinhando E a gente correndo Em volta da mesa A alegria aqu

Um exemplo de casal

(Beto Caratori) Ninguém entendeu nada Quando sem explicação Rosa, em lua virada Terminou a relação Rosinha do Vidigal Com Luiz da Abolição Um exemplo de casal Invejada união Juntinhos por todo lado Comprinhas lá no mercado Na pracinha, o carteado A patota, o Bar Papillon Era deles o recanto Toda a noite, dia santo O chopinho, o mesmo canto Sempre o fiel garçom Testemunha ocular Daquela forma de amar Convidado a apadrinhar O sonhado casamento Do Luiz, que é militar Com a Rosinha, flor do lar Cujo núcleo familiar Não lhe deu consentimento Certo dia, a Rosinha Estranho comportamento Resolveu pôr fim de linha No tal relacionamento E depois, caiu no mundo Ninguém sabe o porquê Dizem que foi bem ao fundo Do poço, sem merecer Dizem que virou beata Dizem que vive em puteiro Dizem que é caricata De circo, mãe de terreiro Que do alto de um edifício Quis perder sua razão E a lembrança num hospício Do Luiz da Abolição Que agora vai sozinho Noite fria, dia bom Mesmo canto e o chopinho Ao velho Bar

Marcha do bem-querer

(Beto Caratori – Patrick Angello) Vem Deixa acontecer O coração quer mais Sou seu pierrô de tamborim Um rei dos carnavais Sim Vem endoidecer Veja, é bom demais Esse meu bloco do bem-querer Vamos brincar Pra esquecer Nossas diferenças As desavenças são feridas Cicatrizam com o tempo Venha me encher de esperança Colombina seja Meu doce sonho de criança Dança, me abraça, me beija, Anda, vem...

Marcha da barriguinha

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(Beto Caratori – Patrick Angello) Mostra a barriguinha Incha a barriguinha Cola a barriguinha aqui na minha Que isso assim é bom pra se aquecer Minha natureza é uma beleza, Tem espaço, cabe até Bebê Chega mais pra cá Chega mais pra ver Bota a barriguinha nesta dança Que esta pança minha é de você Serve de pista, tenho apego, Meu chamego pouse sem Brevê Brinca comigo Meu umbiguinho Tem essência de florais, Xô, caniços! Xô, peitudos! É dos pançudos Que elas querem Gostam mais Mostra a barriguinha Incha a barriguinha Cola a barriguinha aqui na minha Que isso assim é bom pra se aquecer Minha natureza é uma beleza, Tem espaço, cabe até Bebê Chega mais pra cá Chega mais pra ver Bota a barriguinha nesta dança Que esta pança minha é de você Serve de pista, tenho apego, Meu chamego pouse sem Brevê Vamos fazer X-TUDO Depois queimar Com as calorias da paixão Um swing na cama king Faz esquecer A bulimia do salão

Hemisfério

(Beto Caratori) Seu rosto é um hemisfério Com partes tão desiguais Que guardam todo um mistério De mundos mais abissais Exposto ao sol, meu desvelo Navegador natural Querendo quebrar-lhe o gelo Em rota longitudinal Seus lábios, a boca encerra Se algo não lhe convém Da língua ao centro da terra Caverna a rir de desdém Conquisto o seu Everest Nariz que toma o meu ar Bochechas de leste a oeste Visagem, deserto ou mar Modulam sinais de viés Vulcões, narinas e orelhas Ondulam conforme as marés Rincões, finas sobrancelhas Desbravo-lhe a mata, os cabelos Mas algo mais me desarvora Distantes desses seus novelos As ilhas, dois olhos de aurora.

Cara letrado

(Beto Caratori) ”Inconstitucionalíssimamente” Contente, o assessor Repetiu em discurso Na festa de um deputado E a galera que estava presente Imediatamente se espantou Comentaram: o sujeito tem curso Esse cara é letrado Tanta coisa ele falou Na intenção de impressionar Nas palavras se enrolou Vivas ao parlamentar Que Jesus deu luz à sua trilha E Maria escutou seus “pobremas” Pioria passou com a família Tempos duros de verbas tão “menas” Destacando o tremendo know-how Do político, um cara com élan Um guerreiro feroz contra o mal Quase um santo, era dele seu fã E seguindo inflamados tributos Sem querer desfazer do seu mote Mencionou os sutis atributos De uma bela e o ousado decote Foram tantos, tantos entretantos Tão somentes e emboramentes Verve que conquistou os encantos Das senhoras distintas presentes E contou que perdera eleição Qual o que, não se fez de rogado Pois agora assessora o irmão E também é seu “adevogado”.

A hora crucial

(Beto Caratori) Era um dia de folia Festa do trabalhador Dizem que foi nesse dia Que nasceu o imperador Encontrei Maria Rita Tão bonita, era um pitéu Entre aquela gente aflita Moça de Vila Isabel Nossos olhos se cruzaram E já não se perderam mais Nossos corpos se tocaram Seu sorriso era demais Finalmente veio o beijo, Maçã, chuva de papel E a embalar nosso desejo O cantar de um menestrel “Pra que ter riquezas tais? Se mais vale um ombro amigo Que lhe acolha do perigo E ouça confissões banais” Nosso caso de estudante Um novelo teve início Era um óbvio ecoante Tanto zelo, tanto vício Só queríamos um ao outro, Lar, família, pão, dinheiro Não valiam nesse encontro Renegado o mundo inteiro Prisioneiro da emoção Inventei-lhe tantos pactos Em desertos da paixão Isolados como cactos Nunca soube discernir O sentir do que se pensa Recompensa a desmedir Minha alma tão intensa Mas mudou o nosso dia Sem que eu me desse ou visse Seu olhar já não ardia Tudo muda, ela me disse E falou de outros desejo

Bela viola

(Beto Caratori) Uma andorinha sozinha não faz verão, meu irmão Disse um dia, um velho amigo chinês Só porque eu queixava da vida sofrida sem pássaro na mão Por causa daquela mulher que me fez de freguês Um doce na rua, e em casa, azeda, um tormento Fingia ser tão caridosa, e eu sabia o recheio Por fora, uma bela viola, por dentro, um tremendo de um pão bolorento Intenções dessa nobre senhora o inferno está cheio Às vezes, Deus escreve certo por estranha linha Foi de grão em grão que a daninha foi enchendo o papo E sem me ligar nesse mal, sem cautela nem caldo de galinha Engoli, a corda arrebentou, foi meu lado mais fraco (que sapo) Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura Araruta, ela teve o dia de mingau Da panela, a colher é quem sabe toda a gravidade da quentura Nosso amor acabou-se, foi tudo águas de bacalhau Conheci com aquela mulher o que é traição Mas não quis me vingar, feito um prato que se come frio Indiquei-lhe a porta da rua sem pressa, mantendo a perfeição Serventi

Saia justa

(Beto Caratori) Mais uma, amigo garçom Que esta minha sina Tão cara, por ela É beber, é esperar Certo alguém disse um dia Colecionador dessas frases De bar Quem espera a hora feliz Sempre alcança Com espuma, Que o chope é bom E afasta a cortina, Escancara a janela Que a vista é pro mar O vaivém lá das ondas, Vapor, bate-bola, Gente a se embolar E eu daqui, minha mente Petiz que balança Olhando tantos personagens Bancários, surfistas Do lado de cá Pivetes dizem sacanagens Pros vários turistas, Peles rosas-chá A loura vai indiferente Lambendo um sorvete, A faixa a cruzar Nem nota a moça indigente Que pede ao cadete Pro caixa ajudar Não brigue comigo, irmão Mas troque essa milonga Por samba lamento Pra gente cantar Traz um calço pra mesa E o cinzeiro Se bem que eu parei De fumar Olha a espuma escorrendo Olha aquela menina, A sainha bem justa Traz outra, amigo garçom Que esta espera é longa E no meu pensamento Ela vai se atrasar Arranjou um batente No Centro Sem ter hora de terminar Ela vi

Ata-me

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(Beto Caratori) Ata-me Ao pé da tua cama Feito um filme E não reclama Se eu acaso não for reclamar Bata a porta Engula a chave Esqueça a hora As cortinas da janela Nem o sol mais deixe entrar Teu apartamento Nossa ilha Em meio ao mar da intolerância Nossa nau do dia-a-dia À deriva vai ficar Tuas causas sérias Minha luz à ignorância O horizonte das misérias Nada há pra se avistar Ata-me Ao pé da tua cama Invente a trama Ou faça como um filme De Almodóvar Tuas mãos são as amarras Tuas pernas, as correntes Dedos longos, grades quentes Boca pra me amordaçar Tão insano, o sal com o doce Tão sem nexo o nosso beijo Sexo, língua no desejo Corpo e alma irá lavar E depois, soltos, vencidos A razão em tênue linha Em algum rádio de cozinha Nossa trilha irá tocar.

Anjo Mau

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(Beto Caratori) Ouço agora uma canção Que você nunca escutou Ela fala de desejos Febre, da busca por beijos Tal recado não lhe dou Você deve estar feliz Com o seu belo rapaz Posso vê-los rindo à toa Essa imagem me magoa Tento não lhe querer mais Você finge não saber O que guardo ainda comigo E que trago em face escrito Entre o dito e o não dito Eu finjo ser seu amigo Imagino algum recado No mercado, enfim, arranjo Um motivo, um feijão Pra lhe ver lá no balcão Com seu rostinho de anjo Anjo, anjo, anjo mau Anjo, anjo, anjo mau... Busco em céus da minha mente Um recôndito querer Do recôncavo, a ternura Desencavo uma aventura Pra tentar lhe esquecer Se lhe encontro, Joga um charme Noutro dia, a indiferença Pro seu gato é tão leal Para o mundo é liberal Tanto faz cor, sexo, crença Você finge não saber O que guardo ainda comigo E que trago em face escrito Entre o dito e o não dito Eu finjo ser seu amigo E com fome e sem recado No mercado, enfim, arranjo Um motivo, um feijão Pra lhe ver lá no

A Casa inundada

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(Beto Caratori) Agora, Um silêncio de morte A chuva apontou-me a sorte Meu norte virou meu degredo Fiz da minha boca renúncia Frente aos meus olhos denúncia Que turvos expõem meu segredo Quis ver florida a morada Modesta, porém povoada Por sonhos dourados de outrora Um dia, a inundação Veio assolar-me a paixão Entrou sem dar tempo, nem hora   Meu céu nem desanuviou E logo outra chuva chegou Nas mãos este vil documento De enredo frio, desigual Dizia que eu era o seu mal Desprezo, arrependimento Ficou um silêncio de morte A porta em vigília, o recorte A mobília, esta água parada E assim, Eu vou renegando a paixão Tão seco, finge o coração Que dentro é uma casa inundada

Cinzenta Janela

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(Beto Caratori – Patrick Angello) Se é bonito se ver a neblina do Arpoador Ver as ondas que batem, a chuva que cai, Fim da estiagem e calor Não sei, é, Talvez, bobagem de casais. Ver o Rio escurecer Em noites tão banais. Por trás dessa janela os vejo atravessar. Brilhante passarela e eu fico a imaginar. Que é perigoso demais Deixar-me assim tão carente, sem cor. Dois andares acima, dez metros do chão, Milhas além, meu amor, Nem sei mais Onde andará o avião Ponte-aérea num vai e vem Etérea solidão. Amsterdã, Berlim, Moscou, Tóquio, Dacar, Paris, Roma, Pequim, Madri, Madagascar. Mas sei... Que amanhã o cinza, enfim, se apagará. E da janela o azul vibrante, O sol a iluminar o instante Da porta se abrindo Trazendo turbulência A um coração que é chama Refém desse desejo. Bem-vinda, aeromoça linda, Finda a sua ausência, Mas chega de saudade Vem cá, me dá um beijo. intermezzo Sol, calor ou frio, Claridade, escuridão. Gosto do meu Rio Com ela e o violão. Tanto faz se é chuva, Vento ou um céu d

Estrela da Madrugada

(Beto Caratori - Abel Luiz) E então? Conte pra mim, por favor, O que não queres me dizer Nos teus olhos eu posso ver Vais sofrer por calar Outra vez Afinal O tempo ainda não se acabou Não importa se o mundo girou Mais um dia eu ganhei pra lembrar De nós dois E depois No abstrato uma luz se formou Luz igual a que nos rodeou E que nunca me abandonou Vi brilhar Junto de tantas memórias, Risos, histórias e velhas canções, Deixaste no livro da vida Mais uma de tuas lições.