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Mostrando postagens de março, 2013

Sonho de festa

Essa noite eu tive um sonho Que ficou mal acabado Pelo calor tão medonho Acordei todo suado Lembro que era uma festa Festa de interior Tinha gente bem modesta Muita gente de valor Fim de tarde, um chorinho Samba para a gente afoita O Abel no cavaquinho No pandeiro, o Pedro Moita Montovani e o Patrick Cada qual, seu violão Joãozinho no repique Vem fazendo a marcação O Badá no bandolim Cristiano Nascimento O Dudu com seu flautim Era um acontecimento Esqueci de tanta droga Que se escuta por aí Ao ouvir o Johnson Mayer E a turma do Andaraí O Murilo, bom amigo Com Guilherme, é muita arte Veio pra cantar comigo Nosso Diogo Duarte Vi chegar o Andre Antunes Bem na hora do estribilho Nosso rei Josias Nunes E a doce Flavia Castilho Coisa que já nem se vê Um show lindo pelas seis Era Adriana BB E a querida Danny Reis A Wilma Araújo Entoou o que mais gosta E no mesmo bom refúgio Escutei Irina Costa

Chorinho vão (audio)

Somente ela (audio)

Serra da Boa Esperança (audio)

Serenata (audio)

Mané Fogueteiro (audio)

Mané Fogueteiro (Braguinha)

Faceira (audio)

Meu barracão (audio)

As imagens mostradas neste clipe são das casinhas-luminárias confeccionadas por mim, algumas delas estiveram por quatro anos em cenário de Malhação (TV Globo).

Fogão de Acari (audio)

Homenagem a Cartola e Nelson Cavaquinho (audio)

Corra e Olhe o Céu (Cartola - Dalmo Castelo) / Festa (Nelson Cavaquinho - Guilherme de Brito)

Homenagem a Cartola (audio)

Homenagem ao Mestre Cartola (Nelson Sargento)

Acontece (audio)

Amor em Paz (audio)

Estrela da Madrugada (audio)

Compus esta música em parceria com o talentoso compositor e instrumentista Abel Luiz para Simone Almeida e o vídeo é uma homenagem aos queridos amigos que já não se encontram mais por aqui.

Uma estrela na madrugada

Há algum tempo, eu e Simone nos falávamos apenas por telefone. Estava saudoso dos nossos alegres encontros, com direito a vinho, pizza, música e as frases engraçadas colhidas do “Almanhaque” do Barão de Itararé. Ela andava indisposta, dizia passar muito tempo deitada, não queria receber visitas nem revelar o mal que a fazia sofrer. Não falava de problemas. Apenas garantia que, em breve, estaria em forma novamente. "Sou uma fortaleza, esqueceu?" Respeitei sua vontade. Eu ligava três vezes na semana para contar-lhe sobre o meu dia-a-dia, detalhe de algum show, soltar um gracejo na tentativa de afastar o claro desânimo daquela que se intitulava líder do meu fã clube. Por ocasião do falecimento do meu pai, ela me pediu milhões de desculpas por não ter comparecido ao velório. Compreensível. Três exatos meses após esse meu drama familiar, o fatídico dia: 18 de junho de 2001. Ao chegar da rua, senti uma estranha necessidade de ligar para ela. Corri para o telefone e teclei. Ninguém

Vitórias e um fracasso em comércio informal

Eram tempos bicudos. Propus a minha amiga Simone que inventássemos algo que aliviasse nossa situação financeira complicada. “Vamos pra rua vender.” “Vender o que?” “Não sei. Qualquer coisa.” Depois de um tempo de reflexão, propus que fabricássemos biscoitos amanteigados. “Biscoitos? Não sei fazer biscoitos, Beto.” “Mas você tem mão boa, Simone. Faz pães e bolos maravilhosos. Podemos aprender.” Pesquisamos receitas, maneiras variadas de confeccioná-los e transformamos a pequena cozinha do apartamento dela no nosso louco laboratório. Foram muitas as experimentações. Muitas fornadas deram errado. Quando pegamos o jeito, inventamos combinações de sabores. Muitas variações de misturas para os amanteigados: gergelim, amêndoas, conhaque, chocolate, doce de leite, passas ao rum... O próximo passo foi o de criar formatos diferentes para os biscoitos, porque nos atrapalhávamos na hora de identificar as porções. Comprei saquinhos plásticos, fitinhas coloridas para amarrá-los, etiquetas e uma c

As sedutoras

Após uma participação em programa da Rádio Nacional, um sujeito me abordou na saída do elevador, disse se chamar Fabrício e acabara de inaugurar uma casa noturna em Jacarepaguá. Queria dinamizar o novo espaço com variedades e me convidou para participar de uma noite destinada aos novos compositores. Anotei o endereço e confirmei presença. Era uma quinta-feira, seis da tarde, quando cheguei ao tal lugar. Não lembro direito o nome da casa. Era algo como Best Show ou Fest Show. Não sei. Havia um salão comprido repleto de mesinhas para quatro lugares, um palco pequeno lá nos fundos, bar espelhado, banheiros amplos, atendentes, seguranças, som ambiente, iluminação indireta, toda infraestrutura de uma casa noturna, porém, se assemelhando mais com uma boate. Reparei nos desenhos exóticos das paredes, a bola espelhada e os spots de luz. Um bom número de pessoas circulando, Identifiquei alguns que estavam comigo na rádio e percebi que havia mais gente para cantar do que para assistir. E

O presente de Simone

Difícil acreditar que Simone não anda mais entre a gente. João Alexandre, filho dela, me ligou pedindo que eu o acompanhasse até o apartamento deles, agora vazio, porque não tinha coragem de entrar lá sozinho. Precisava organizar algumas coisas pendentes antes de alugá-lo. As roupas dela já haviam sido doadas para uma instituição de caridade. Encontro com ele no calçadão da praia de Ipanema, pouso a mão sobre seu ombro e saímos conversando, vendo o povo na areia. Quando conheci Simone, João era um menino bem mirrado, seu irmão Luciano usava fraldas e tinha a mania de cuspir nas pessoas e beijar a boca de outras crianças. Tornaram-se homens. Luciano tornou-se um talentoso desenhista e João, fotógrafo. Já é pai de três filhos e continua me chamando de tio. Um ônibus de vidros grandes repleto de turistas vem passando. Aproveito para contar a ele os passeios de jardineira que costumava fazer com sua mãe. As jardineiras eram ônibus menores, de largas janelas e que circularam por

Noite de autógrafos e estrelas

Numa noite fria e estrelada de Ipanema, eu e Simone Almeida bebíamos vinho na varanda do Alberico's quando um grupo de adolescentes aflitas veio interromper nosso sossego. Chegaram e ficaram de pé praticamente grudadas na gente, falando quase que aos berros, se agitando e esbarrando constantemente na nossa mesa. Numa dessas esbarradas, minha caneca balançou e parte do vinho derramou sobre a toalha. Eu as fuzilei com meu olhar contrariado. Elas se desculparam. Simone riu para mim, esperando que eu desse um desconto. Adolescentes são assim mesmo. Observei a mais alta das garotas, a de cabelos negros cacheados, talvez a mais velha e líder do grupo. Trazia um cartão desses que se compram em papelaria com uma caneta esferográfica e dizia para uma lourinha: “Vai você lá.” “Eu não. Vai você.” “Por que eu? Você que inventou essa estória.” “Mas não quero ir.” Novo esbarrão na nossa mesa e meu vinho se derramando. “Caramba”, reclamei. “Por que vocês não se sentam, ou então fi

Fim de noite no motel

Domingo bem cedo, meu amigo João me ligando para um convite: “Beto. Vamos à Feira da Providência. Meus pais estão trabalhando na barraca da França e eu vou com meus irmãos. Topa?” Eram quatro irmãos. Naquela época, a Feira da Providência era uma badalação. Porém, além da ausência de produtos importados no Brasil, também não havia telefone celular e os postos de gasolina não abriam nos finais de semana. “Puxa, cara. Adoraria, mas estou com menos de um quarto de gasolina.” “Não tem problema. Seu Fiat é econômico e, caso precise, estou com o tanque cheio. Tenho uma bombinha pra puxar gasolina. Vamos?” Aceitei. Convidei minha amiga Alayde e também chamei meu primo Ricardo que levou a namorada. Marcamos o encontro dos dois carros na esquina da Rua Itacuruçá, onde eu morava, com a Conde de Bonfim. E subimos pelo Alto da Boa Vista, descemos até o Itanhangá, pegamos a Avenida das Américas... O caminho normal até o Riocentro, onde acontecia o evento. O pavilhão fervilhava de gen

Vassouras e esfregões de noite na Barra

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Essa história já tem muitos anos. Minha amiga Anadir me ligou certa tarde com uma novidade: conseguira dois pares de convites para uma festa na boate “New York, New York” na Barra da Tijuca com show de lançamento do disco do Guilherme Arantes. Ela convidara nossa amiga Rosane e uma colega de trabalho. Só precisávamos de um carro para nos levar até lá. Sugeri que fossemos de taxi, mas ela achou que ficaria caro demais. Garantiu que arrumaria uma carona. As horas foram se passando e nada. Ela me ligou para confessar seu insucesso. Resolvi tentar, sondar amigos. Ninguém disponível. Naquela época, eu não tinha carro. E as horas correndo. Quase oito da noite e não tínhamos arranjado um transporte. Busquei uma alternativa complicada, porque já sabia de antemão que não daria certo. Mas não custava nada tentar. Pediria o carro ao meu pai. Ele no sofá de pijama cochilando diante da TV. Mandei o pedido. “Para que você quer emprestado? É pra ganhar dinheiro?” “Uma amiga conseguiu ingr