Minha primeira vez




          Outro dia, de dentro do ônibus vendo o muro dentado do Colégio Militar passando, me dei conta que já se passaram trinta anos, quando subi pela primeira vez no palco daquele colégio tijucano para cantar.
Lembro que o auditório estava lotado.
Fui escalado para fazer o ultimo número daquela Tarde de Talentos da Casa Milton de Pianos, onde eu era estudante de violão e teclado. Apesar do calor, meti um casaco cinza atoalhado por cima da camisa azul para esconder as enormes manchas do intenso suor que escorria como cascata das minhas axilas, assim como dos pés e mãos, de tão assustado que eu estava.
Também veio a dor de barriga.
Medo.
Disseram-me para cantar olhando um ponto fixo imaginário e fingir que não havia ninguém ali. E foi assim, igual estátua, que cantei Flor de Liz (Djavan) e Barbara (Chico Buarque - Ruy Guerra). Depois retornei ao palco para repetir Flor de Liz.
Na saída, no meio de cumprimentos, recebi um convite muito interessante: integrar um grupo vocal chamado Bequadro.
E foi desse jeito que comecei minha história como cantador.

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