Com as bençãos de Charles Chaplin e Baden Powell




Sou um cara de sorte, porque tenho amigos queridos.
Quero falar especialmente do casal Jô e Robertinho.
Eu os conheci durante um show dos ótimos Marcos Sacramento e Clara Sandroni no Paço Imperial, onde Jô, minutos antes da música começar, mostrava para uma amiga um pedaço de papel com um texto.
Trocamos olhares, sorrimos um para o outro e bateu vontade enorme de falar com eles. Cumprimentei os dois e ela, mais que depressa, me entregou a tal folha de papel e disse:
"Fica pra você. É um texto lindo do Charles Chaplin".

Estava escrito:
"Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer, antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre a minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus por ter um teto para morar. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.
Se as coisas não saíram como planejei, posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim."

Li duvidando se aquilo havia sido escrito ou não pelo Charles Chaplin, mas a imagem do vagabundo de cartola e bengala fazendo piruetas passou a simbolizar o início daquela nova amizade. Já se foram uns dez anos, se não me engano. E desde o dia daquele show que homenageava Baden Powell, Jô e Robertinho passaram a fazer parte da minha vida. Nunca mais nos largamos. Nós nos falamos toda semana, estão presentes em todas reuniões aqui de casa e pude contar com eles em um momento bastante difícil.
São amigos de verdade. Viraram família.

Comentários

Thiago Damião disse…
Bacana tanto o texto de Chaplin quanto sua amizade com esse pessoal, e quanto a homenagem a Baden.

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